quarta-feira, 15 de junho de 2011

Crime e Castigo... À Portuguesa!

"Crime e Castigo
no País dos Brandos Costumes"
de Pedro Almeida Vieira
Editora Planeta
EAN 9789896571900

Sinopse


No jardim à beira-mar plantado chamado Portugal consta que sempre viveu um povo sereno e de brandos costumes.
Este livro vai desfazer o mito.
Na verdade, a História de Portugal mostra que, desde tempos remotos, homens e mulheres mataram por paixão ou por motivos fúteis, bandidos semearam o pânico, houve serial killers, violadores e facínoras da pior espécie, ladrões de igrejas e hereges. Muitos sofreram depois, no corpo, as consequências dos seus actos, perante um Estado que então aplicava a lei de talião: olho por olho, dente por dente.
Um exacto século depois da Constituição da República de 1911 ter abolido a pena de morte para todos os crimes, e 250 anos após a última execução numa fogueira da Inquisição, eis o retrato verídico de uma selva à beira-mar plantada, através de 30 narrativas que relatam crimes históricos em Portugal. 
 
 
Ao pensar nos outros povos a maior parte de nós tem ideias pré-concebidas que dificilmente afastamos.  Quando o assunto são os povos mediterrâneoa, os conceitos são limitativos...  Os Italianos são Apaixonados e Apaixonantes; os Espanhóis são Efusivos e Festivaleiros; os Portugueses...  são Apáticos.
Neste livro, o último título a sair da pena de Pedro Almeida Vieira ("Nove Mil Passos", "A Corja Maldita" e "A Mão Esquerda de Deus", o autor abana as fundações sobre as quais assentam esses preconceitos.
Através do relato de 30 crimes cometidos antes da abolição da pena de morte no nosso País, Pedro Almeida Vieira mostra como, mesmo na pacatez saloia do Portugal de outros tempos, o crime, a sede de sangue, a malvadez e a crueldade corriam nas veias de um povo que, aparentemente, possuía a calmaria de um mar sem ondas...  apenas para provar que, como este, na sua imensidão e profundidade se escondiam perigos iminentes.
Os relatos abrangem toda uma panóplia de crimes; das façanhas de Diogo Alves no Aqueduto das Águas Livres; passando pela bela adúltera que mais que apupada foi cantada em verso a caminho do castigo final; passando por Luísa de Jesus, uma infanticída que recolhia crianças da Roda dos Expostos (onde eram deixados os orfãos e "filhos de pais incógnitos", apenas para as matar às dezenas; e, finalmente, a história de Maria José, a jovem que com o seu crime (matou e desmembrou a mãe) acordou a chama literária de um jovem de 23 anos, de seu nome Camilo Castelo Branco, que a viria a imortalizar na obra "Maria! Não me Mates, Que Sou Tua Mãe!" (Editora Diversos, EAN 9789728983017).
 
O livro, apesar de estar longe de ser um pilar da literatura, lê-se muitíssimo bem (com a curiosidade mórbida que faz com que se abrande ao passar num acidente, e com o gosto envergonhado e cheio de culpa com que se visitam os sites de novidades cor-de-rosa...  aquele género de coisa que, apesar de gostarmos, custa-nos a admitir publicamente)...
 
Nota 3 

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