Em Setembro fui de férias e, ao regressar, comecei em conversas com uma amiga minha para iniciarmos um negócio as duas (de livros, claro!) e tenho estado embrenhada nesta fase inicial.
Quem me conhece sabe que, acima de tudo, A-DO-RO escrever. E, desde que fui Mãe (nem acredito que já vai fazer 2 anos este mês), comecei a criar histórias infantis para o meu filhote. Ora, como devem imaginar, as Mães são como as Mulheres-Quando-Vão-À-Casa-de-Banho. Nunca andam sózinhas! E eu não sou excepção! Pertenço a um "Grupo de Mães" cujos filhotes nasceram entre Outubro de 2010 e Janeiro de 2011 (sendo o que nos une o facto de todos estarem previstos para Dezembro 2010). Entretanto, os nossos "cachopos" começaram a comemorar o primeiro aniversário e eu, como prendinha, fiz um conto para cada criança. Uma das Mamãs, a minha amiga Vera Magalhães, decidiu imortalizar a história do filhote, o Salvador, num livro de tecido pintado por ela, à mão, para o qual transpôs a história por mim escrita. As outras Mães do grupo gostaram tanto que nos incentivaram a juntar e a fazer os nossos livros personalizados. Assim nasceu o "Era uma vez... O teu livro!".
Eu escrevo estórias personalizadas segundo as directrizes providenciadas pelos Pais da criança e a Vera transforma-as em livro.
Por enquanto, estamos apenas no Facebook. Podem visitar-nos na seguinte "morada":
http://www.facebook.com/pages/Era-uma-vez-O-teu-livro/366451666763183#!/pages/Era-uma-vez-O-teu-livro/366451666763183
E agora aqui fica a historinha que deu origem a tudo...
Salvador, o Doce Detective
"Hoje venho contar-vos a história do meu amigo Salvador.
O Salvador é um menino muito lindo, com cara de bonequinho, mas que é incompreendido… Até pela sua Mamã. Vejam vo...
cês bem, amiguinhos, que a Mamã do Salvador acha que ele é muito calminho e até lhe chama “Pastelãozinho”. Mas, na verdade, nada poderia estar mais longe da realidade! O que se passa é que o meu amigo, quando era muito pequenino, ouviu falar de um grande detective belga chamado “Hercule Poirot”. Na altura o Salvador só pensou, sem nada dizer, que o detective em questão tinha um nome muito estranho. Mas, ao ouvir mais um pouco da conversa, ficou muito curioso. Diziam que esse detective, considerado um dos melhores de todos os tempos, tinha a reputação de conseguir desvendar todo e qualquer crime, utilizando apenas o que ele chamava “as suas celulazinhas cinzentas”. Ora, o meu amigo, é um menino muito inteligente e pensou logo que havia de fazer a experiência. Tentar resolver os problemas e mistérios do dia-a-dia usando apenas as suas próprias celulazinhas cinzentas.
A sua primeira prova veio quando menos esperava.
Estava um dia o meu amigo com a Mamã, no Parque da Cidade, quando, de repente, deu de caras com um mistério. A Mamã, que achava sempre que o filho estava a relaxar, viu-o estendido na relva, muito quieto, e pensou “lá está o meu Pastelãozinho!” mas, se se tivesse aproximado um pouco, ia reparar que o Salvador estava, na verdade, a inspecionar uma “prova” de um crime cometido: um papel de chocolate, vazio, sem vestígio do doce que o ocupara.
“Huuuuumm…” – pensou o nosso detective – “Parece que alguém, ou alguma coisa, comeu uma tablete de chocolate, deixando para trás a prova da sua gulodice… Quem teria sido o guloso?”
Nisto, como se respondessem a uma deixa, aproximaram-se dele três pombos cinzentos, de peitilho inchado.
- Cu-cu-rrooo! – saudaram os pombos – Podemos saber o que estás aí a fazer deitado… a olhar para um pedaço de papel?
O Salvador sentou-se e explicou:
- Encontrei esta embalagem de chocolate vazia, o que parece indicar que alguém acabou de comer um chocolate… estou à procura de pistas que me levem a descobrir quem o fez, mas está difícil… Na relva não dá para se notar as pegadas do criminoso e não sobrou nem um pedacinho para contar história… Parece que o chocolate se evaporou no ar!
Ao dizer isto, o meu amigo olhou para as asas dos seus ouvintes e, inquisitivo, perguntou:
- Por acaso não foram vocês que o comeram?
- Nóóóóssssss? – perguntaram em coro os três pombos, ofendidos – Achas que temos cara de ladrões de chocolates? Se aqui estamos é precisamente porque, por termos fome, costumamos vir à cata de alguma migalhinha que as pessoas que passeiam no Parque costumam deixar para trás. Nunca seríamos capazes de roubar mais que uma migalha!
E, dizendo isto, viraram costas ao meu amigo e levantaram voo.
Mais à frente, no relvado, o Salvador viu uns patinhos que pareciam aproveitar o sol para se aquecerem. Decidido a resolver este mistério, foi ter com eles.
- Desculpem… - disse o meu amigo.
Os patinhos, brancos, de biquinho cor-de-laranja, sacudiram as penas das asas e voltaram-se para ele:
- Sim? Quá-quá!
- Por acaso não viram quem comeu um chocolate e deixou o papel ali na relva, junto a mim?
Os patos olharam para o sítio que o meu amigo indicou, olharam um para o outro e responderam:
- Não! Quááá… Não reparámos em nada. Mas também… Chocolate? – fizeram uma careta – Quem é que ia comer tal coisa? Ainda se fosse um bocadito de pão.
Um deles aproximou-se do nosso detective:
- Por acaso não tens um pouco de pão que nos dês?
- Não… - lamentou o Salvador – Não tenho pão nenhum.
Os patinhos afastaram-se:
- Bem… Não faz mal… De certeza que conseguimos arranjar um pouco!
Já tinham andado um bom bocado quando um deles se voltou para trás e disse:
- Olha, porque não vais ao lago perguntar aos peixes se eles sabem do tal “chocolate”? Eles é que são uns gulosos que comem tudo!
Confiante que, com a ajuda dos peixes, ia conseguir desvendar o mistério, o meu amigo gatinhou até lá. Quando chegou à beirinha do lago, debruçou-se para ver se encontrava algum peixinho. A superfície do lago estava calminha e a água tão limpinha que refletia tudo como um espelho. E, ao debruçar-se, o Salvador viu algo que o fez corar.
No seu reflexo, viu a sua carita, por norma branquinha e perfeita, manchada com uma grande marca de chocolate que lhe chegava às bochechinhas lustrosas. De repente lembrou-se de tudo: a Mamã dera-lhe um chocolatinho para comer e ele adormecera antes de ela o conseguir limpar. Ao adormecer, tinha o papel do chocolate na mão e este, sem dúvida, caíra durante a sesta. De repente, no entanto, um enorme sorriso iluminou o rosto do nosso detective: desvendara o seu primeiro mistério e descobrira, sozinho, o guloso que andava no parque!"
A sua primeira prova veio quando menos esperava.
Estava um dia o meu amigo com a Mamã, no Parque da Cidade, quando, de repente, deu de caras com um mistério. A Mamã, que achava sempre que o filho estava a relaxar, viu-o estendido na relva, muito quieto, e pensou “lá está o meu Pastelãozinho!” mas, se se tivesse aproximado um pouco, ia reparar que o Salvador estava, na verdade, a inspecionar uma “prova” de um crime cometido: um papel de chocolate, vazio, sem vestígio do doce que o ocupara.
“Huuuuumm…” – pensou o nosso detective – “Parece que alguém, ou alguma coisa, comeu uma tablete de chocolate, deixando para trás a prova da sua gulodice… Quem teria sido o guloso?”
Nisto, como se respondessem a uma deixa, aproximaram-se dele três pombos cinzentos, de peitilho inchado.
- Cu-cu-rrooo! – saudaram os pombos – Podemos saber o que estás aí a fazer deitado… a olhar para um pedaço de papel?
O Salvador sentou-se e explicou:
- Encontrei esta embalagem de chocolate vazia, o que parece indicar que alguém acabou de comer um chocolate… estou à procura de pistas que me levem a descobrir quem o fez, mas está difícil… Na relva não dá para se notar as pegadas do criminoso e não sobrou nem um pedacinho para contar história… Parece que o chocolate se evaporou no ar!
Ao dizer isto, o meu amigo olhou para as asas dos seus ouvintes e, inquisitivo, perguntou:
- Por acaso não foram vocês que o comeram?
- Nóóóóssssss? – perguntaram em coro os três pombos, ofendidos – Achas que temos cara de ladrões de chocolates? Se aqui estamos é precisamente porque, por termos fome, costumamos vir à cata de alguma migalhinha que as pessoas que passeiam no Parque costumam deixar para trás. Nunca seríamos capazes de roubar mais que uma migalha!
E, dizendo isto, viraram costas ao meu amigo e levantaram voo.
Mais à frente, no relvado, o Salvador viu uns patinhos que pareciam aproveitar o sol para se aquecerem. Decidido a resolver este mistério, foi ter com eles.
- Desculpem… - disse o meu amigo.
Os patinhos, brancos, de biquinho cor-de-laranja, sacudiram as penas das asas e voltaram-se para ele:
- Sim? Quá-quá!
- Por acaso não viram quem comeu um chocolate e deixou o papel ali na relva, junto a mim?
Os patos olharam para o sítio que o meu amigo indicou, olharam um para o outro e responderam:
- Não! Quááá… Não reparámos em nada. Mas também… Chocolate? – fizeram uma careta – Quem é que ia comer tal coisa? Ainda se fosse um bocadito de pão.
Um deles aproximou-se do nosso detective:
- Por acaso não tens um pouco de pão que nos dês?
- Não… - lamentou o Salvador – Não tenho pão nenhum.
Os patinhos afastaram-se:
- Bem… Não faz mal… De certeza que conseguimos arranjar um pouco!
Já tinham andado um bom bocado quando um deles se voltou para trás e disse:
- Olha, porque não vais ao lago perguntar aos peixes se eles sabem do tal “chocolate”? Eles é que são uns gulosos que comem tudo!
Confiante que, com a ajuda dos peixes, ia conseguir desvendar o mistério, o meu amigo gatinhou até lá. Quando chegou à beirinha do lago, debruçou-se para ver se encontrava algum peixinho. A superfície do lago estava calminha e a água tão limpinha que refletia tudo como um espelho. E, ao debruçar-se, o Salvador viu algo que o fez corar.
No seu reflexo, viu a sua carita, por norma branquinha e perfeita, manchada com uma grande marca de chocolate que lhe chegava às bochechinhas lustrosas. De repente lembrou-se de tudo: a Mamã dera-lhe um chocolatinho para comer e ele adormecera antes de ela o conseguir limpar. Ao adormecer, tinha o papel do chocolate na mão e este, sem dúvida, caíra durante a sesta. De repente, no entanto, um enorme sorriso iluminou o rosto do nosso detective: desvendara o seu primeiro mistério e descobrira, sozinho, o guloso que andava no parque!"
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