História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar
Luis Sepúlveda
Porto Editora
ISBN 978-972-0-04092-3
EAN 9789720040923
Sinopse
Esta é a história de Zorbas, uma gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr.Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota...Com a graça de uma fábula e a força de uma parábola, Luis Sepúlveda oferece-nos neste seu livro já clássico uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético.
Por trabalhar numa livraria já perdi a conta às vezes em que me abordaram para pedir este livro... Por norma adolescentes (muitas das vezes envergonhados) ou os seus pais (sem paciência para andar às voltas na loja à procura do livro que o professor mandou os filhos lerem). Sim, é um dos temidos "livros do plano nacional de leitura". Devo admitir que, até à data, nunca me sentira particularmente tentada a debruçar-me na sua leitura. Mas... Foi então que recebemos uma nova edição! Mais cara, é verdade, mas também mais apetecível, muito graças às ilustrações de Sabine Wilharm. Li, então, a sinopse no verso da capa e decidi-me... Ia mergulhar no mundo do gato Zorbas e acompanhá-lo na aventura de ensinar uma gaivotinha a voar.
Zorbas, o gato mencionado no título, é, como a sua descrição nos relembra frequentemente durante a história, é "um gato grande, preto e gordo" que, tendo tido a sorte de ser salvo por um garoto quando mais não era que um filhote, vive uma vida tranquila e priveligiada numa casa no porto de Hamburgo. Um dia é surpreendido pela aterragem forçada de uma gaivota na varanda onde passa as tardes. A gaivota, tendo sido apanhada por uma maré de petróleo, usara as últimas forças para ali chegar. Consciente que o seu fim está próximo pede auxílio a Zorbas: vai usar o seu último fôlego para por um ovo, mas para isso precisa da ajuda do gato. As três promessas que lhe pede para cumprir sâo: 1º não comer o ovo, 2º cuidar e proteger o ovo até ao nascimento da sua filha e 3º ensinar a cria a voar. Comovido com a situação da gaivota Zorbas aceita cumprir os três pedidos antes de abandonar a gaivota para ir à procura de quem o possa ajudar a salvá-la da morte eminente. Mas, ao regressar com os seus três companheiros (que com ele fazem lembrar a relação de D'Artagnan e os Três Mosqueteiros de Dumas, com o seu mote de "Um por Todos e Todos por Um), os gatos Secretário, Colonello e Sabetudo (aos quais, mais tarde, se irá juntar Barlavento, um gato do mar) encontra o corpo da gaivota sem vida e um belo ovo branco com pintas azuis perto do corpo. A partir desse momento Zorbas e os seus companheiros, que se recusam a abandoná-lo pois a promessa de um gato do porto compromete todos os gatos do porto, têm entre mãos uma tarefa que, mais que estranha, é-lhes assustadora pois não só não sabem nada de pássaros como não fazem ideia de como se voa. A única ferramenta de que dispõem é da amada enciclopédia de Sabetudo. Mas será possível aprender a voar a partir de livros? E se não, como pode um gato ensinar a voar uma pequena gaivota? Será esse o motivo que os levará a quebrar, excepcionalmente, o tabu?
Li esta pequena fábula, pois é disso que se trata - uma fábula dos tempos modernos - num fôlego e redescobri a doçura e as lições contidas nos simples contos. A moral é simples e presente durante todo o relato (a relação e inter-ajuda entre "pessoas" diferentes que, sem olhar às diferenças, se apoiam na luta constante para a obtenção de sonhos particulares e/ou comuns), mas nada a sumariza melhor que a frase proferida por Zorbas na penúltima página: "só voa quem se atreve a fazê-lo!"
Nota 4
Também vou ler... Hoje! Depois direi a minha opinião mas certamente irei gostar...
ResponderEliminarTenho a certeza de que vai gostar. É uma daquelas histórias em que a simplicidade lhe dá beleza. Depois diga o que achou... Fico à espera.
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