Editor: Dom Quixote
ISBN: 9789722032384
Sinopse
A autora ressuscita com precisão o turbilhão mundano e intelectual da época.
Nice, 1920. Um jovem médico faminto, Dario, aceita praticar um aborto clandestino numa flamejante aventureira nova-iorquina para evitar a degradação de Clara, sua mulher, e do seu bebé.
Uma solução que permite a este filho de vendedor, vagabundo e meteco de sangue grego e italiano, sobreviver apesar da indiferença da clientela chique da cidade.
Multiplicando os expedientes durante os anos passados em Nice, Dario tem a ideia de génio que o ajudará a forçar o seu destino: pervertendo com uma intuição maquiavélica a teoria psicanalítica em voga, torna-se um charlatão da moda, estranho senhor das almas deslumbrado com a sua perigosa ascensão social...
Sabem aquela sensação de antecipação que antecede a leitura de um livro há muito aguardado? Foi assim que iniciei a leitura desta obra. Queria ler a "Suite Francesa", mas achei por bem começar por obras de menor envergadura da autora. Primeiro li "O Baile", que mais não é que um livro de bolso sobre uma rapariguinha caprichosa que decide boicotar o baile dos seus pais por não lhe ser permitido assistir ao mesmo. Lê-se bam, mas, quanto mais não seja pelo tamanho, nunca o consideraria um pilar da literatura. Entretanto chegou a vez deste "Senhor das Almas".
Dario, o personagem central da obra, traz na cor da pele, no sotaque e, principalmente, na pobreza, a sua condição de estrangeiro em terras francesas. No início do livro sabemos que Dario e Clara, sua mulher, receberam na miséria o milagre da vida, acabando de ter um filho. Por este motivo, Clara está, ainda, no hospital e Dario, mais do que o habitual, sente a urgência de ter dinheiro para alimentar a família para que não volte a passar pela provação de perder um filho para a fome. Este homem, médico de profissão, em desespero acede a por os escrúpulos de parte e fazer uma interrupção de gravidez à nora norte-americana da sua senhoria russa. É este o primeiro passo para o seu desprendimento moral e consequente ascensão social. É, assim, que irá, também, ganhar o cognome de "Senhor das Almas"... Um homem que, por mais que os doentes queiram abandonar, os atrai e prende na sua teia psicológica, como se as almas dos farrapos humanos que o procuram lhe pertencessem. O ouro começa a brilhar-lhe nos dedos, as casas sucedem-se, cada vez mais opulentas, as mulheres trocam o asco pelo desejo... Só o filho, a razão que ele dá para justificar todas as acções que toma, o olha com o nojo no olhar que conheceu nos seus tempos de penúria. Clara, a ponte entre os dois homens da sua vida, ama o filho e agradece o milagre de o ver nascer e crescer, cada vez mais forte, ao contrário do irmão morto em bebé, mas é ela a personificação dos "escravos" do Senhor das Almas. Adora o marido e aceita as suas ideias, as suas justificações e os seus devaneios sem o questionar... E assim será até à sua morte.
Gostei do livro, que se lê facilmente apesar do tópico de grande carga psicológica... Talvez por isso a nota final não seja tão boa quanto devia... Falta qualquer coisa,
Nota: 3
Uma solução que permite a este filho de vendedor, vagabundo e meteco de sangue grego e italiano, sobreviver apesar da indiferença da clientela chique da cidade.
Multiplicando os expedientes durante os anos passados em Nice, Dario tem a ideia de génio que o ajudará a forçar o seu destino: pervertendo com uma intuição maquiavélica a teoria psicanalítica em voga, torna-se um charlatão da moda, estranho senhor das almas deslumbrado com a sua perigosa ascensão social...
Sabem aquela sensação de antecipação que antecede a leitura de um livro há muito aguardado? Foi assim que iniciei a leitura desta obra. Queria ler a "Suite Francesa", mas achei por bem começar por obras de menor envergadura da autora. Primeiro li "O Baile", que mais não é que um livro de bolso sobre uma rapariguinha caprichosa que decide boicotar o baile dos seus pais por não lhe ser permitido assistir ao mesmo. Lê-se bam, mas, quanto mais não seja pelo tamanho, nunca o consideraria um pilar da literatura. Entretanto chegou a vez deste "Senhor das Almas".
Dario, o personagem central da obra, traz na cor da pele, no sotaque e, principalmente, na pobreza, a sua condição de estrangeiro em terras francesas. No início do livro sabemos que Dario e Clara, sua mulher, receberam na miséria o milagre da vida, acabando de ter um filho. Por este motivo, Clara está, ainda, no hospital e Dario, mais do que o habitual, sente a urgência de ter dinheiro para alimentar a família para que não volte a passar pela provação de perder um filho para a fome. Este homem, médico de profissão, em desespero acede a por os escrúpulos de parte e fazer uma interrupção de gravidez à nora norte-americana da sua senhoria russa. É este o primeiro passo para o seu desprendimento moral e consequente ascensão social. É, assim, que irá, também, ganhar o cognome de "Senhor das Almas"... Um homem que, por mais que os doentes queiram abandonar, os atrai e prende na sua teia psicológica, como se as almas dos farrapos humanos que o procuram lhe pertencessem. O ouro começa a brilhar-lhe nos dedos, as casas sucedem-se, cada vez mais opulentas, as mulheres trocam o asco pelo desejo... Só o filho, a razão que ele dá para justificar todas as acções que toma, o olha com o nojo no olhar que conheceu nos seus tempos de penúria. Clara, a ponte entre os dois homens da sua vida, ama o filho e agradece o milagre de o ver nascer e crescer, cada vez mais forte, ao contrário do irmão morto em bebé, mas é ela a personificação dos "escravos" do Senhor das Almas. Adora o marido e aceita as suas ideias, as suas justificações e os seus devaneios sem o questionar... E assim será até à sua morte.
Gostei do livro, que se lê facilmente apesar do tópico de grande carga psicológica... Talvez por isso a nota final não seja tão boa quanto devia... Falta qualquer coisa,
Nota: 3
Sem comentários:
Enviar um comentário