quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Louca Por Compras




Louca Por Compras
de Sophie Kinsella
Editor: Livros d'Hoje
ISBN: 9789722037471
 
 
 
Sinopse
Quando as coisas se descontrolam - os descontrolados vão às compras. Rebecca Bloomwood é louca por compras, está enterrada de dívidas até aos ossos e passa o tempo a tentar escapar ao seu gerente de conta. A sua única esperança é tentar ganhar mais e gastar menos. O seu único consolo é comprar alguma coisa - só mais uma coisinha…
 
 
 
Tenho uma amiga (a Andreia) que, quando me propuseram escrever críticas literárias no meu emprego, me disse "realmente és a pessoa certa... só lês livros que são uma seca!"
A Andreia não lia... até que eu a chateei, criticando-a enquanto livreira que não lê.  Lá foi em busca do seu nicho literário e encontrou o nirvana: a saga "Louca Por Compras" da britânica Sophie Kinsella.  Depois de ela ME chatear, capitulei e comprei 2 livros da saga (em saldos!!!) e prometi redimir-me da minha secante vida literária.
Este é o primeiro volume da colecção.  Nele conhecemos Becky, uma rapariga de "coração puro" que não resiste a uma tabuleta de saldos.  Cada vez mais endividada, vai arranjando estratagemas cada vez mais absurdos para escapar aos credores.  Nisto, arranja um novo emprego e apaixona-se por um homem que é a sua antítese.
É um livro light, que se lê bem e que, ao contrário da crença da Andreia, pertence a um género do qual já li uns títulos, há mais de 15 anos, quando o boom da "chick-lit" chegou a Portugal, com os "diários de Bridget Jones".
 
 
Nota: 3
 
 
 
 
Louca Por Compras dá o Nó
de Sophie Kinsella
Editor:  Dom Quixote
ISBN: 9789722026956
 
 
Sinopse
Pela primeira vez na vida de Becky Bloomwood, as coisas estão a correr de feição: tem um emprego de sonho, como personal shopper (gasta o dinheiro dos outros e ainda lhe pagam para isso), vive com o namorado, Luke, num apartamento fabuloso em Manhattan e abriram mesmo uma conta bancária conjunta, apesar de não chegarem a acordo acerca de uma saia Miu Miu ser ou não considerada despesa de manutenção da casa.
 
 
 
Mais uma vez, um livro que se lê "bem" (não exige grande capacidade de concentração ou que pensemos sequer), mas que quase se esquece em pouco tempo. A trama é facilmente resumida:  Becky vai casar, Becky fica indecisa entre um casamento familiar na Inglaterra ou um aparatoso casamento em N.Y., Becky vai às compras, Becky mete-se em apuros, Becky arranja uma solução.  The End!
 
 
Nota: 3

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

As Cinquenta Sombras de Grey - Parte II





As Cinquenta Sombras de Grey - O início da trilogia de que todas as mulheres estão a falar... discretamente.
de E. L. James
Editor: Lua de Papel
ISBN: 9789892319957


Sou sincera...  Não gosto deste livro!  Não acho que tenha qualidade literária, que esteja bem escrito, que seja inovador!  Se o sucesso do livro se deve ao teor erótico, existem livros muito melhores no mercado, como os de Henry Miller...  Se é pelo teor sado-maso, leia-se Marquês de Sade...  Se é pela história de amor...  leia-se qualquer outro!  A revolta que sinto ao ver os exemplares voarem dos escaparates é idêntica à que senti quando a febre Twilight atingiu as adolescentes de todo o Mundo e eu via o Bram Stocker, esse sim um clássico do género, permanecer, empoeirado, nas estantes.  Não percebo estes fenómenos...  Se se interessam por um tema, porquê resignar-se com a versão "barata" quando a de qualidade está ali mesmo ao lado?

Por isso foi com bastante curiosidade que, após uma conversa com um colega livreiro, li esta crítica que saiu no suplemento "Actual" do jornal "Expresso".  Já lera a crítica saída no suplemento "Tentações" da revista "Sábado", na qual o crítico lhe dera uns beneméritos 20% de nota.  Esta não foi tão favorável...  mas, a meu ver, foi bem mais contudente e divertida:


"Posto à venda em Portugal no dia 9 deste mês, "As Cinquentas Sombras de Grey", de E. L. James, o romance erótico que é já considerado o grande fenómeno editorial de 2012, esgotou a primeira edição (15 mil exemplares) em apenas cinco dias, entrando directamente para o primeiro lugar do top em quase todos os principais pontos de venda: FNAC, Sonae, Corte Inglés (e para o segundo lugar na rede de livrarias Bertrand). Um sucesso comercial que replica, sem surpresa, o que tem acontecido por todo o mundo. Lançada em Abril deste ano, a trilogia vendeu 20 milhões de exemplares nos EUA em apenas quatro meses e um total de 31 milhões só nos países anglófonos. Traduzida em 40 países, lidera os tops em muitos deles (Alemanha, Espanha, Holanda, Itália, Reino Unido, etc.). É um êxito à escala global, muito na linha do que aconteceu há uns anos com o feiticeiro Harry Potter, de J. K. Rowling, e com os vampiros assexuados de Stephenie Meyer. Desta vez, porém, o público-alvo não é composto por adolescentes ávidos de mundos fantásticos ou romantismo kitsch, mas por mulheres adultas, de todas as idades, atraídas pelas tórridas cenas de sexo. Houve quem lhe chamasse «pornografia para mamãs», sobretudo nos EUA, mas o epíteto peca por exagero. E. L. James limitou-se a materializar, tudo indica na medida certa, as fantasias de um número significativo de pessoas que estão habituadas às elipses do costume (a porta que se fecha, a luz que se apaga) e nunca devem ter lido na vida um livro de Henry Miller ou Anaïs Nin.
O mais espantoso neste fenómeno editorial é o modo como surgiu do nada. E. L. James, pseudónimo de Erika Leonard, uma produtora televisiva britânica de 49 anos, começou a escrever num site de fanfiction, género literário que consiste em copiar o estilo, o universo e as personagens de um determinado autor. No caso de James, a escritora imitada era Stephenie Meyer, a criadora da saga "Twilight". E se a fonte de inspiração já não augurava nada de bom, o nom de plume trazia, em si mesmo, uma antecipação do desastre: Snowqueens Icedragon (mais na linha do que se esperaria, por exemplo, de um imitador de George R. R. Martin). Ao contrário de Meyer, James introduzia muito sexo nas suas histórias, o que suscitou críticas e a levou a transferir o material para outro site. No processo de reescrita, deixados para trás os nomes originais das personagens, apareceram Anastasia Steele (ex-Isabella Swan) e Christian Grey (reconversão do vampiro Edward Cullen em milionário controlador), figuras centrais do que viria a ser "As Cinquenta Sombras de Grey". Estávamos em Maio de 2011 e o primeiro volume da trilogia foi posto à venda em versão e-book por uma modesta editora virtual, sediada na Austrália. A história podia acabar aqui, como acabam 99,99% dos livros escritos por pessoas com o perfil e o talento literário quase nulo de E. L. James. Acontece que o passa-palavra funcionou um pouco por todo o lado, com reflexo directo nas vendas, e foram surgindo cada vez mais referências, na Internet, ao livro que andava a deixar literalmente excitadas muitas leitoras. Quando o terceiro volume da trilogia foi lançado, em Janeiro deste ano, várias reportagens nos principais meios da comunicação social norte-americana destacaram o marketing viral espontâneo associado à série e o facto de muitas mulheres andarem nos transportes públicos a ler «o romance escaldante de que se fala», tranquilas porque os seus leitores de e-books as deixavam a salvo do escrutínio indiscreto que os outros passageiros fazem, quando podem olhar para a lombada. O resto – edições em papel, traduções para o mundo inteiro, venda dos direitos cinematográficos – aconteceu à velocidade da luz, deixando a autora num estado de compreensível incredulidade.
"Não consigo perceber como é que se tornou tão popular", disse E. L. James em entrevista ao "Expresso" (revista "Única", 30 de Junho), referindo-se à sua obra"As Cinquenta Sombras de Grey" é apenas a natureza das cenas de sexo, mais numerosas e descritas de forma mais explícita do que será habitual nas edições mainstream. Mas se a isto, mais às incursões pífias no domínio do sadomasoquismo, se resume o alvoroço provocado por estes livros, então é caso para concluir que não só o sexo continua a vender (como sempre vendeu) mas encontrou novos nichos de consumo, infelizmente menos abertos à experimentação erótica e libertos de condicionantes morais do que se poderia pensar. Na sua essência, a abordagem de E. L. James é profundamente conservadora. O tema central do livro não é o carácter negro de Christian Grey, personagem que noutras mãos poderia revelar alguma profundidade, mas o esforço hercúleo de Anastasia, a heroína inocente, para o resgatar aos seus demónios, à "sua própria escuridão", e "trazê-lo para a luz". Não se escapa aqui a um único dos estereótipos femininos: do fascínio pelo príncipe encantado ao impulso salvífico. E a suposta perversão de Grey – materializada em práticas sadomasoquistas que só podiam ser consequência, claro está, de traumas infantis profundos – também é um logro. Cedo compreendemos que o "dominador" vai sendo gradualmente dominado por quem era suposto dominar, incapaz de lhe fazer, chegada a hora decisiva, o que fez às quinze "submissas" precedentes. Por «amor», Anastasia sujeita-se a ser algemada, a levar açoites e a sentir no corpo o peso de uma chibata. Mas o «castigo» é sempre relativamente soft: sem sangue, sem dor extrema. Quando Anastasia desafia Grey a forçar os limites do contrato de submissão, várias vezes discutido (aliás, com excessiva minúcia) mas nunca assinado, tudo acaba.
Na prática, "As Cinquenta Sombras de Grey" não passa de um conto de fadas clássico, só que sem happy end (quase de certeza guardado para o final da série). Christian Grey é o príncipe encantado, misterioso e emocionalmente “volátil”, cuja obsessão pelo controlo trai a natureza sombria a que o título do romance alude. Aos 27 anos, é riquíssimo, poderoso, e uma idealização do homem de sucesso. Nas palavras da autora, muito dada às hipérboles, ele "não era só atraente – era o suprassumo da beleza masculina, deslumbrante". Os seus dotes são quase infinitos: toca ao piano peças melancólicas de Chopin e transcrições de Bach, colecciona arte contemporânea, sabe pilotar o seu helicóptero particular, voa em planadores e, mais importante do que tudo o resto, é um verdadeiro deus do sexo, sempre preocupado com a satisfação da sua companheira (nunca chega ao orgasmo antes dela) e aparentemente bafejado pela completa ausência de período refractário. Por seu lado, Anastasia, quando conhece Grey aos 21 anos, prestes a completar o ensino superior, é a própria imagem da inocência. Virgem, raras vezes foi beijada, nunca teve namorado, nunca se embebedou, nunca se masturbou. A partir da página 128, tudo isso muda drasticamente, mas o grau de inverosimilhança destas criaturas, e do que fazem e dizem, mantém-se até ao fim.
Na primeira visita a casa de Grey, Anastasia fica desde logo a conhecer a "sala de diversões" de Christian, com uma grelha de ferro suspensa do tecto, uma cruz presa à parede, cordas, correntes, algemas e um "sortido assombroso de palmatórias, chicotes, chibatas e instrumentos com penas de aspecto curioso". Aquele aparato todo parece destinado a infligir dor à pobre rapariga, mas na verdade ela só passa por ali duas vezes (e um pouco de fugida). Mais do que o antro de um torturador, a sala é uma metáfora do que E. L. James faz à literatura. Às mãos de Grey, Anastasia fica, no máximo, com o rabo vermelho e dorido. Às mãos de E. L. James, a literatura esvai-se em sangue até à morte.
Quase tudo na escrita desta autora é mau. O que não é mau, é péssimo. A "voz" de Anastasia, narradora na primeira pessoa, rapidamente se torna insuportável (sobretudo quando abusa de interjeições como "Uau!", "Bolas!" e "Oh não!"). Alvoroçada pela ideia que faz do amante, mesmo quando ele não está por perto, Anastasia sente o corpo como o palco de um "frenesim", de um "carnaval de emoções". Daí a repetição até à náusea dos sintomas clássicos do enlevo amoroso: joelhos a tremer, borboletas na barriga, pernas com "consistência de gelatina", o "sangue a zunir nas veias", o coração "a tentar fugir pela boca". A frequência cardíaca acelera sempre, a respiração suspende-se, há descargas eléctricas, há olhos revirados e lábios mordidos. Protagonista do livro não é Anastasia, é o seu corpo. É nele que se desenrolam os "avassaladores" orgasmos, que tanto alarido provocam nos grupos de discussão na Internet, é através dele que Anastasia diz o que as palavras não podem (ou não sabem). Corando, por exemplo. Nunca, na história da literatura universal, uma personagem terá corado tanto. E de tantas formas diferentes: "furiosamente", "ligeiramente", "violentamente". À sua melhor amiga, Anastasia diz a dada altura: "Oh, Kate, tu sabes que estou sempre a corar. É inevitável." Deve ser mesmo: no total, acontece 152 vezes em 547 páginas. Uma vez a cada três páginas e meia.
No fundo, quem devia corar a sério não era Anastasia, era quem a criou. Como se o relato pormenorizado de todas as alterações fisiológicas da heroína não fosse suficientemente penoso, James ainda nos oferece o espectáculo grotesco da cabeça confusa de Anastasia, onde se digladiam o "subconsciente" (sempre céptico) e uma "deusa interior" (sempre eufórica), ambos antropomorfizados e dispostos a opinar sobre cada escolha ou dilema da rapariga. Pior mesmo só os arremedos poéticos de E. L. James, que redundam em imagens extraordinárias como estas: "a voz dele era quente e sedutora como brigadeiro de caramelo derretido"; "estava de tronco nu e eu bebi-o com os olhos, como se estivesse doida de sede e ele fosse água fresca de uma nascente da montanha"; "a expectativa borbulhava-me nas veias como um refrigerante". Ao pé disto, Margarida Rebelo Pinto soa a Virginia Woolf.
A Lua de Papel prevê editar o segundo volume da trilogia ("As Cinquenta Sombras Mais Negras") em Outubro e o último ("As Cinquenta Sombras Livre") em Fevereiro de 2013. Não exijam é a este crítico o sacrifício de os ler. Como diria Grey, com este primeiro já foram ultrapassados todos os limites toleráveis de sofrimento.

Avaliação: 0,5/10"

[Texto publicado no suplemento "Actual", do semanário "Expresso"]

domingo, 12 de agosto de 2012

Não Nos Roubarão a Esperança



 
Não nos Roubarão a Esperança
de Júlio Magalhães
Editor: A Esfera dos Livros
ISBN: 9789896263997
 
 
 
Sinopse
Poderá o amor nascer em tempo de guerra? No Portugal de Salazar e nos tempos conturbados da guerra civil espanhola, Miguel Oliveira, voluntário português ao serviço das tropas nacionalistas de Franco, é feito prisioneiro pelos republicanos, depois de o seu avião ter caído nos arredores de Barcelona. Um feliz golpe de sorte salva-o de um julgamento sumário e de uma morte certa por fuzilamento. Será trocado por um oficial republicano, perto de Madrid. Miguel inicia uma longa viagem de automóvel que o vai levar de Barcelona a Madrid num território pejado de perigos. Será durante essa intensa viagem que ele conhecerá e se apaixonará por Dolores, a jovem republicana responsável por levá-lo à capital espanhola. Outrora uma defensora ardente da República, Dolores está nos finais da guerra, cansada de ver tanta morte e destruição. Para sua grande surpresa e sem nunca abandonar os seus ideais, a jovem republicana encontrará em Miguel um bom confidente e até um protetor. Tendo como pano de fundo a violenta paisagem desenhada pela guerra civil, Não nos roubarão a esperança, narra o nascimento de um grande amor que terá de provar ser mais forte do que o ódio.
 
 
 
Júlio Magalhães leva-nos até ao cenário da Guerra Civil Espanhola para nos contar a história de dois portugueses, dois irmãos, sangue do mesmo sangue, separados por convicções diferentes. Duarte e Pedro, que partem para o país vizinho, para combater em diferentes lados da barricada. Um ao lado dos nacionalistas e o outro dos republicanos. Contudo, para além da violência e do drama do conflito, estes dois irmãos irão encontrar o amor.
 
 
 
" Junho de 1938. 
Arredores de Barcelona.
Duarte abriu os olhos e levou alguns segundos a distinguir o que estava à sua volta.  Um bando de crianças sujas e mal vestidas olhava para ele tentando disfarçar o medo.  O piloto levou a mão à testa e sentiu o sangue antes de o ver.  Uma dor terrível apertava-lhe o pé esquerdo, ou talvez o direito.  Tudo naqueles primeiros instantes lhe parecia confuso.  Na sua cabeça uma imagem repetia-se.  O fumo e as chamas que saiam do grande motor do avião, o chão a aproximar-se e os gritos do seu copiloto.  Depois de um violento embate contra um terreno seco tudo ficou, subitamente, estranho.  Não conseguia lembrar-se de mais nada.  Até aquelas crianças ranhosas e desdentadas não faziam sentido para Duarte.  Que raio estavam ali a fazer?  Onde estava o seu avião?  Olhou para trás e sentiu, mais do que viu, os restos esventrados do seu aparelho italiano com o fogo a consumir a madeira que lhe dava forma.  Mais ao longe, ainda altivo, o motor rodeado por chamas.
Quis levantar-se, mas o pé não o deixou.  Soltou um grito de dor.  As crianças assustaram-se com o grito e recuaram uns passos tímidos.  Aos poucos foram perdendo o medo e voltaram a aproximar-se do piloto português.  Duarte podia, agora, ver com um pouco mais de detalhe as seis ou sete crianças que o rodeavam.
Porque tinham elas espingardas nas mãos?  Duarte esforçou-se para focar a imagem tanto quanto lhe deixava aquela maldita dor na cabeça mesmo por cima dos olhos.  Sobressaltou-se.  As crianças tinham mesmo armas e estavam apontadas a ele?  Bastaram mais uns segundos para Duarte perceber que era tudo a brincar. 
As espingardas eram de pau.  A fingir.  Sem saber como, Duarte encontrou forças para sorrir.
Uma das crianças, mais afoita, aproximou-se com a sua arma a fingir em punho.  Encurvou-se ligeiramente para apontar a sua espingarda faz-de-conta ao corpo deitado do piloto.  Não devia ter mais de 8 anos e uma cara marcada por sardas.  A criança fechou a boca e franziu o sobrolho para tentar encontrar a cara mais terrível que conseguisse.  Se a espingarda era falsa, a sua voz era verdadeira e o ódio com que disse aquela curta frase assustou Duarte:
- Pum!  Estás morto, fascista dum filho da puta!"

(Pré-publicação de um excerto do primeiro capítulo do livro “Não Nos Roubarão a Esperança”, de Júlio Magalhães, publicado na revista Tentações na edição 430 da revista Sábado)