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quinta-feira, 24 de março de 2011

Você só precisa de uma ideia!
Como tornar os seus sonhos realidade, desde a ideia inicial até ser milionário
Donny Deutsch
Academia do livro
EAN/ISBN - 97898981944312


Sinopse
As grandes ideias estão por todo o lado. Todos os dias, muitas pessoas lembram-se de inovações em que ninguém tinha pensado antes e, frequentemente, essas ideias surgem a partir de uma necessidade, de algo que estava em falta, de um desejo de tornar a vida um pouco mais fácil e melhor. As pessoas que transformam as suas ideias em milhões são muito diferentes: mães de classe média, estudantes universitários, pessoas que desejam mudar de emprego ou dar um novo estímulo à sua carreira, empregados de escritório, reformados, etc. Todas elas arriscam e alcançam objectivos extraordinários. Em comum têm o entusiasmo pelas suas ideias.

Em Você Só Precisa de uma Ideia, Deutsch baseia-se não só na sua enorme experiência, mas também na de centenas de outros empreendedores de sucesso que entrevistou. Mostra também como concretizar uma ideia e ultrapassar os diferentes obstáculos que se colocam no caminho.




Li este livro de um fôlego… ou, se quiser ser mais precisa, em três dias e meio. Achei que era um “livro inteligente”. Não pelo seu conteúdo, ou a temática que aborda, mas pela maneira como está escrito. Este é um perfeito exemplo de magistralidade comercial. O autor consegue convencer-nos a lutar por algo de que nem sequer temos a certeza de querer! Eu, que nunca ambicionei a megalómana meta do empreendedorismo milionário, dei comigo a pensar: “Ok, agora SÓ PRECISO DE UMA IDEIA”!

Infelizmente, aqui acabam os pontos positivos desta obra (na minha, muito, humilde opinião). Ao folhear as páginas um pensamento recorrente teimava em surgir… “isto é um livro de auto-ajuda… para empresários”. Os princípios dos livros de espiritualidades estão aqui presentes e gritam ao leitor… cada página tenta insuflar-nos a auto-estima através de frases feitas como “não aceite NÃO como resposta”, ou “se algo é possível de ser pensado é possível de ser conquistado”. Este tipo de frase serve sempre como prólogo (ou, por vezes, epílogo) a exemplos de “bravos” anónimos que não se coibiram de sonhar… Mulheres que colocam os separadores de talheres da máquina de lavar loiça na mala e “inventam” uma mala compartimentada que lhes dá milhões a ganhar… Mães que, aos quarenta anos, são corajosas ao ponto de iniciar uma carreira milionária no competitivo mundo do Rock… Homens que se tornaram milionários de um dia para o outro graças às suas t-shirts com o slogan “Life is Good”. Ou seja… Demonstrações palpáveis de que os milhões “andam aí”, só à espera que nós tenhamos uma ideia!
A minha avaliação é simples e simplista: este é um livro escrito para o povo norte-americano! Aqueles que, toda a vida, ouviram falar do “sonho americano” e que, desde crianças, são alimentados na esperança de que esse sonho lhes seja atingível. Na realidade portuguesa, perde-se! Torna-se um conto de fadas dos tempos modernos em que, nem o mais crédulo e esperançoso consegue acreditar!

Nota 2

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A complicada família real russa...




A Noite Branca de Sampetersburgo
Michel de Gréce
Bertrand Editora
EAN 9789722512015
ISBN 972-25-1201-3




Estando eu sem nada para ler (tinha acabado o último livro e, estando de férias, precisava de arranjar imediato substituto), e uma vez que já à muito não lia um romance histórico (género que admito gostar, se for bem escrito), peguei neste volume que já tinha comprado à uns meses numa feira mas que ainda não tinha conseguido lugar na minha mesa de cabeceira. À partida era uma aposta ganha. Tinha tudo para me agradar. O período da história que mais me agrada é o que vai do final do século XVIII até ao início do século XX (principalmente nas cortes portuguesa, inglesa e russa). Ora, este livro passa-se, precisamente, no seio da família real russa durante o século XIX... Infelizmente, tenho de admitir... Não gostei do livro! Quero dizer, a história é interessante, o autor está bem documentado... Mas... A verdade é que a maneira como o livro está escrito não é carne nem é peixe... Isto é, o livro é demasiado maçudo para ser um bom romance histórico (por vezes as descrições arrastam-se por páginas sem fim, descrições factuais, não romanceadas) e demasiado fantasioso para ser livro de história.

Quanto à história... É o relato da vida do grão-duque Nicolau Romanov, primo do czar, que, tendo-se envolvido com uma cortesã americana, por quem se perde de amores, acaba por ser apresentado a um mundo muito longe da sua realidade. Através de Fanny Lear (a amante) é apresentado a um grupo de jovens revolucionários. Amante da liberdade (que, na condição de realeza, não tem) Nicolau é facilmente convencido a unir-se ao grupo financiando-lhes, inclusivé, os golpes revolucionários. O que não se apercebe, até ser tarde demais, é que abre a porta não só aos revolucionários como também ao amante de Fanny que, com ela, acaba por roubar os diamantes do ícone religioso favoritp da mãe de Nicolau. O jovem acaba por confessar o crime que não cometeu e, humilhado, envergonhado e renegado pela família e pela amante, acaba por ir para o exílio, onde permanece até ao golpe que retirou do poder a sua família.

A história de Nicolau é verdadeira, rica em pormenores, tem jogadas de interesse e golpes, tem sedutores e seduzidos... Merecia ser tratada com mais empenho. Michel de Gréce, familiar do grão-duque, pode ter querido ser fiel ao seu antepassado mas, ao fazê-lo, acabou por, na minha opinião, sacrificar aquele que poderia ser um grande romance histórico.
Nota 2

domingo, 28 de junho de 2009

Pode o Amor ser ridículo?




The Rape of the Lock
Alexander Pope
Hesperus Poetry
ISBN 1-84391-092-6



Mesmo uma apaixonada pela literature, como eu, encontra, ocasionalmente, no seu percurso literário, livros que a fazem abanar a cabeça em descrédito. Este é um exemplo disso mesmo. Tendo acabado a leitura (imposta) do poema abanei a cabeça e pensei, para mim mesma, que o livro era... ridículo. Não acreditei que tinha acabado de desperdiçar algum do meu valioso tempo com tal história. Mas agora, mais calma, vejo as coisas a uma nova luz. Quero com isto dizer que sim, a história é ridícula (absurda, mesmo), mas agora acredito ser esse o objectivo do autor.
Tendo a obra sido "encomendada" a Pope pelo seu amigo John Caryll, o poema relata o crime de Lord Petre que, apaixonado por Miss Arabella Fermor, teve a audácia de lhe cortar um canudo de cabelo (à laia de talismã) provocando, com essa acção, um afastamento gélido entre a sua família e a da sua amada. Assim, e a pedido do seu amigo, Alexander Pope escreveu o poema mostrando quão ridícula era a contenda familiar, ao mesmo tempo que aproveita para parodiar os poemas épicos.
Assim, e de acordo com a obra, vemos que o canudo de cabelo tem "presença própria" e que o seu roubo foi permitido e, mesmo, instigado por seres, espíritos e entidades sobrenaturais que asseguravam a segurança e castidade não só do canudo bem como da sua proprietária. E, para provar o lado divino do objecto de culto capilar, vemos como este, no final do livro, sobe aos céus, tornando-se uma constelação!!!
No fundo é como se Pope procurasse desculpar Lord Petre afirmando que as acções tomadas por este último lhe foram impostas por terceiros e que, para o apaixonado, o motivo de discórdia é um objecto de culto e adoração-
O livro é ridículo. A história que ele conta é absurda. Mas, afinal, o episódio que lhe deu origem também o é!
Nota 2