quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A complicada família real russa...




A Noite Branca de Sampetersburgo
Michel de Gréce
Bertrand Editora
EAN 9789722512015
ISBN 972-25-1201-3




Estando eu sem nada para ler (tinha acabado o último livro e, estando de férias, precisava de arranjar imediato substituto), e uma vez que já à muito não lia um romance histórico (género que admito gostar, se for bem escrito), peguei neste volume que já tinha comprado à uns meses numa feira mas que ainda não tinha conseguido lugar na minha mesa de cabeceira. À partida era uma aposta ganha. Tinha tudo para me agradar. O período da história que mais me agrada é o que vai do final do século XVIII até ao início do século XX (principalmente nas cortes portuguesa, inglesa e russa). Ora, este livro passa-se, precisamente, no seio da família real russa durante o século XIX... Infelizmente, tenho de admitir... Não gostei do livro! Quero dizer, a história é interessante, o autor está bem documentado... Mas... A verdade é que a maneira como o livro está escrito não é carne nem é peixe... Isto é, o livro é demasiado maçudo para ser um bom romance histórico (por vezes as descrições arrastam-se por páginas sem fim, descrições factuais, não romanceadas) e demasiado fantasioso para ser livro de história.

Quanto à história... É o relato da vida do grão-duque Nicolau Romanov, primo do czar, que, tendo-se envolvido com uma cortesã americana, por quem se perde de amores, acaba por ser apresentado a um mundo muito longe da sua realidade. Através de Fanny Lear (a amante) é apresentado a um grupo de jovens revolucionários. Amante da liberdade (que, na condição de realeza, não tem) Nicolau é facilmente convencido a unir-se ao grupo financiando-lhes, inclusivé, os golpes revolucionários. O que não se apercebe, até ser tarde demais, é que abre a porta não só aos revolucionários como também ao amante de Fanny que, com ela, acaba por roubar os diamantes do ícone religioso favoritp da mãe de Nicolau. O jovem acaba por confessar o crime que não cometeu e, humilhado, envergonhado e renegado pela família e pela amante, acaba por ir para o exílio, onde permanece até ao golpe que retirou do poder a sua família.

A história de Nicolau é verdadeira, rica em pormenores, tem jogadas de interesse e golpes, tem sedutores e seduzidos... Merecia ser tratada com mais empenho. Michel de Gréce, familiar do grão-duque, pode ter querido ser fiel ao seu antepassado mas, ao fazê-lo, acabou por, na minha opinião, sacrificar aquele que poderia ser um grande romance histórico.
Nota 2

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