sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cartas a um jovem poeta




Cartas a um jovem poeta
Rainer Maria Rilke
Edições Quasi
ISBN 978-989-552-388-7
EAN 9789895523887




Franz Xaver Kappus. Um nome que passa despercebido ao radar de (quase) todos. E, no entanto, é o nome de alguém cujo contributo para a literatura é, inquestionávelmente, inestimável. É ele o (aspirante a) jovem poeta que foi o receptor das dez missivas do (grande) Rainer Maria Rilke. Na altura em que a correspondência começou, início de 1903, Kappus era um jovem de 19 anos que frequentava a Academia Militar mas que alimentava a aspiração de se tornar poeta. Assim, enviou algumas das suas criações a alguns dos mais ilustres escritores da época tendo recebido resposta de Rilke, um autor com cerca de 8 livros publicados. É provável que, ainda que esperançoso, Kappus não estivesse à espera que uma personalidade como Rilke se disposesse a responder-lhe mas a verdade é que a primeira carta do jovem levou a uma correspondência amigável entre os dois homens entre o início de 1903 e o fim de 1908. Ainda que aguardando conselhos ou, melhor ainda, críticas ao seu trabalho literário, Kappus ficou logo ao corrente da opinião de Rilke sobre a corja de críticos: "Nada está mais longe de tocar numa obra de arte do que palavras críticas: delas resultam apenas mal-entendidos mais ou menos felizes". Assim, no decorrer da sua correspondência, o conceituado autor mais que críticar, ou mesmo guiar, o jovem nas suas aspirações, vai, isso sim, partilhar com ele pontos de vista, opiniões e, mesmo, os conhecimentos que adquiriu no decorrer da suas primeiras três décadas de vida. Essa partilha torna este livro um excelente livro de "passagem", uma bíblia para jovens que estejam prestes a entrar na idade adulta (diria que um óptimo conselheiro para jovens entre os 14 e os 17 anos - ainda que só o tenha lido nos meus, jovens, 30 anos).

"Esta vida não pode ser medida no tempo, o tempo não se divide em anos, e dez anos não são nada. Ser artista é não calcular e não contar, é amadurecer como a árvore, que não comanda a seiva e que enfrenta tranquila as tempestades da Primavera sem recear que o Verão não chegue. O Verão chegará. Mas apenas para quem esperou pacientemente, para quem aqui permaneceu como se à sua frente se estendesse, sem cuidados, silenciosa e imensa, a eternidade. Todos os dias aprendo esta lição, aprendo-a pelo sofrimento que aceito com gratidão: a paciência é tudo!"
Nota 4

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