quarta-feira, 13 de maio de 2009

Amor e Poesia na Ilha Negra...




O carteiro de Pablo Neruda
Antonio Skarmeta
Biblioteca Sábado




Durante anos afastei-me propositadamente deste livro por ter visto o filme e este me ter marcado pela positiva. Da mesma maneira que, quando gosto muito de um livro, receio a adaptação deste para o cinema, também tenho medo, quando gosto muito de um filme, de ler em seguida o livro que lhe deu origem (pois posso achá-lo aquém das expectativas nascidas da adaptação ou, até, achar que, afinal, o filme não faz juz à obra literária).
Aguardei, por isso, algum tempo antes de pegar neste livro, só o fazendo quando a única lembrança que tinha do filme era a de uma beleza poética, da qual não me lembrava a história. O livro não desaponta! A beleza poética do filme está presente na curvatura de cada letra, na importância que até a mais insignificante das palavras tem para contar uma singela história de amor apadrinhada por um dos maiores nomes da poesia mundial.
Esta é uma história de amor... Mas não é uma história de amor. É uma história de amizade, de desejo, de sexualidade e de ganhar e perder o liberalismo e a liberdade num país em construção.
Assim como o carteiro Mário Jiménez vai aprendendo com Pablo Neruda a importância das metáforas e com Beatriz González a grandiosidade do amor e do desejo, também nós nos apercebemos que, quando usada correctamente, a linguagem poética pode ser um complemento e uma celebração à linguagem universal dos sentimentos.
Nota 4

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