Orgulho e Preconceito
Jane Austen
Publicações Europa-América
EAN 5601072510340
ISBN 972-1-04084-3
"É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma esposa."
A frase de abertura deste romance, para além de mostrar o potencial satírico da autora, dá o mote para toda a obra. Descobrimos, logo na primeira frase, uma panóplia de raparigas solteiras, potenciais esposos (ricos) e um sem fim de mães dispostas a empurrar a prole para os braços de qualquer homem que traga dinheiro e pretígio à família.
É, pois, irónico que Jane Austen tenha escolhido para heroína desta história uma jovem que não liga a convenções, bolsas recheadas, casamentos impostos ou, mesmo, aos "nervos da sua pobre mãe". Elizabeth Bennet é a segunda de cinco irmãs e, não tendo o carácter calmo e, mesmo, fraco da irmã mais velha (a mais bela e promissora da família), nem a seriedade da terceira ou a leviandade das duas mais novas, é a personagem feminina mais inteligente de toda a história. De carácter forte e cultura superior aos que a rodeiam, Elizabeth tem consciência que, na sua condição de mulher, a inteligência é um handicap que, provavelmente, porá em risco a sua oportunidade de alguma vez vir a casar. Assim, promete a si própria só o fazer por um verdadeiro amor o que, no seu caso, mais que uma vida confortável junto a um homem de posses, significa uma constante debate de ideias com um homem que não se sinta ameaçado pela inteligência da mulher que tem a seu lado. E, contra todas as expectativas (das personagens, pelo menos) esse homem parece ser o frio e orgulhoso Mr. Darcy.
Darcy é um dos homens mais ricos de Inglaterra o que, socialmente, o coloca acima de todas as personagens do livro (à excepção de sua tia - uma Lady), facto que ele sabe e que o leva a desdenhar todos os que com ele se cruzam e que não façam parte do seu - restrito - grupo de amigos. Desdém esse com que ele brinda Elizabeth logo no primeiro encontro. No entanto, com a convivência, descobre a sua tenacidade, ironia e crítica constante uma agradável excepção à mulher puramente decorativa do seu extrato social. Contra todas as previsões - e, mesmo, contra a sua vontade - apaixona-se pela jovem.
Mas o amor entre os dois não pode ser tão fácil. Serão precisos vários mal-entendidos, outros pretendentes, rixas familiares e, até, a desgraça de uma família, até que os dois baixem as guardas e se aproximem. Quanto a nós, leitores, apesar de sabermos desde o início como a história vai acabar, aguardamos sempre em suspense para saber como acabará a história de Elizabeth e Darcy.
Como se nota, adoro este livro. Já o li e reli variadas vezes durante os anos em que ele faz parte da minha vida e estou certa que o irei reler muitas mais vezes. Logo, não posso deixar de o aconselhar a toda e qualquer pessoa que me peça opinião, nem de deixar de afirmar que, na minha modesta opinião, este é um dos melhores livros de sempre e uma presença obrigatória em qualquer biblioteca que se preze.
Nota 5
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