domingo, 25 de outubro de 2009

Beloved




Beloved
Toni Morrison
Dom Quixote
EAN 9789722038157
ISBN 978-972-20-3815-7



Sinopse:

Publicado em 1987 e vencedor do Prémio Pulitzer de 1988, a obra-prima de Toni Morrison decorre num Ohio pós-Guerra da Secessão, um local que ofereceu a Morrison "uma fuga aos ambientes negros estereotipados... nem ghetto nem plantação de escravos".

Beloved é a história de uma antiga família de escravos: Sixo, que "deixou de falar inglês porque não via nisso qualquer futuro"; Baby Suggs, que faz do coração o seu modo de vida porque "rebentou com as pernas, costas, cabeça, olhos, mãos, rins ventre e língua"; Halle, o filho mais novo de Baby, que se deixa alugar para comprar a liberdade da mãe; Sethe, a mulher de Halle; e a filha de ambos, Denver. O romance centra-se em Sethe e no legado que o tempo de escravatura lhe deixou - o fantasma da sua primeira filha, Beloved - , pelo qual é, literalmente, assombrada.


Morrison, para além de ser uma Prémio Nobel da Literatura é, acima de tudo, uma das maiores escritoras negras norte-americanas... Uma autora que descreve, nas suas obras, a realidade, as crenças e o folclore dos African-Americans.
Este é um perfeito exemplo dessa característica literária e criativa de Morrison... E, para ser perfeitamente honesta, não sei se gostei ou não do livro... É um livro estranho, confuso, poderoso e cru... Por vezes, de difícil digestão.

A história centra-se em Sethe. Anos antes da acção, e numa tentativa desesperada para fugir à sua vida de escravatura, Sethe põe-se em fuga na companhia dos filhos, buscando guarida na casa da sogra (a quem o marido conseguira comprar a liberdade) mas, após uma perseguição por parte dos seus "Donos", e tal como um animal encurralado, Sethe perde, momentaneamente, a razão e, para impedir que a filha, Beloved, venha a passar pelo mesmo que ela enquanto produto da escravatura, mata a criança, de forma a impedir que os "Donos" a apanhem. Antes que consiga fazer o mesmo aos rapazes (matá-los) é apanhada. Mas, o peso da sua loucura nunca a abandonará e será, para sempre, olhada com desconfiança por brancos e negros... Anos mais tarde, estando a viver com a filha (da qual estava grávida aquando da tragédia) na casa da sua sogra, será assombrada por duas personagens... Paul D., um ex companheiro de escravidão... E uma jovem que, para Sethe, é, sem sombra de dúvidas, a reencarnação de Beloved.
Durante a obra, e através de simbolismos mais ou menos evidentes, iremos ser confrontados com essa teoria e com a dúvida... Será mesmo que Beloved voltou para junto da mãe para se vingar ou, talvez, perdoar e assim dar alguma paz de espírito... Ou será este mais um surto de insanidade por parte de uma mulher a quem o percurso de vida fragilizou o espírito e a razão da mesma maneira que lhe marcou o corpo?

Nota 3

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fúria Divina



Está para breve o lançamento do mais recente livro de José Rodrigues dos Santos e, apesar de não dizerem sobre o que o mesmo tratará, a sua editora, Gradiva, já fez saber que "Depois de tratar a crise energética e os últimos avanços da ciência numa mistura extremamente hábil e subtil de ficção e realidade, José Rodrigues dos Santos traz-nos mais um tema escaldante da actualidade, num acontecimento editorial que dará muito que falar."

Assim sendo, e se quiser ser um dos primeiros a conhecer a nova obra do escritor português, compareça dia 24 de Outubro (Sábado) na Praça Central do C.C. Colombo onde se irá dar o lançamento seguido de uma sessão de autógrafos.

Ainda segundo a Gradiva «O novo romance de José Rodrigues dos Santos, Fúria Divina, vai ser apresentado em Lisboa por um dos primeiros operacionais da Al-Qaeda. Abdullah Yusuf já se encontra em Portugal, tendo chegado há alguns dias de África especificamente para apresentar esta obra.Abdullah Yusuf reuniu-se por diversas vezes com Osama Bin Laden no Afeganistão e foi autor de um atentado reivindicado pela Al-Qaeda. Contactado por José Rodrigues dos Santos durante o processo de pesquisa para a obra Fúria Divina, tornou-se consultor deste romance protagonizado por Tomás Noronha sobre o islão radical.Abdullah Yusuf irá falar este sábado, 24 de Outubro, na apresentação de Fúria Divina, cerimónia que está marcada para a praça central do Centro Colombo, em Lisboa, às 17h00 – um evento aberto ao público. Outro apresentador do novo romance de José Rodrigues dos Santos será o General Leonel Carvalho, antigo chefe do gabinete de segurança interna do Governo português.A cerimónia de apresentação do livro contará ainda com a representação teatral de uma cena de Fúria Divina, a cargo do grupo de teatro Fatias de Cá, de Tomar.»

Já só falta uma semana...




O Símbolo Perdido
Dan Brown
Bertrand Editora
ISBN 9789722520140



Recentemente, numa conversa sobre leituras e mau tempo, um amigo disse-me que gosta de ter alguns livros de parte para as noites de inverno, quando a chuva fustiga as janelas e nos aconchegamos em mantas em frente à janela com uma caneca de chocolatequente nas mãos (ok, o chocolate é opção minha). Este é um desses livros. O que pode ser melhor, para nos sentirmos secos, quentes e abstraidos do temporal lá fora que um thriller que envolve o génio policial de Dan Brown e os segredos da Maçonaria?

A história tem lugar em Washington, D.C., no espaço de 12 horas. Robert Langdon (personagem recorrente do autor), é, aparentemente, convidado pelo seu mentor, o Maçon Peter Solomon, director da Smithsonian Institution, para dar uma palestra na National Statuary Hall no Capitólio. Contudo, ao chegar ao local, ao invés de uma assembleia, o que o espera é a mão decepada de Solomon tatuada com o símbolo Hand of the Mysteries (A Mão dos Mistérios) apontando directamente para o fresco Apotheosis of Washington (A Apoteose de Washington) na cúpula do Capitólio. Solomon fora raptado por Mal'akh, o qual exige que Landon decifre The Ancient Mysteries (Os Antigos Mistérios) em troca da vida do seu mentor. Isto leva a um jogo de perseguições entre a arquitectura e os museus de Washington, durante as quais Langdon e a irmã de Solomon fogem não só de Mal'akh mas também da CIA.

Para saber mais... Dia 29 de Outubro!!!

domingo, 18 de outubro de 2009

Nicholas Sparks

É já dia 3 de Novembro que chega às lojas a nova aposta de Nicholas Sparks, "A Melodia do Adeus"!





Practicamente um ano após o seu último livro, "Um homem com sorte", o famoso autor norte americano (que granjeou bastante da sua fama graças às adaptações dos seus livros para o grande ecran) presenteia o seu vasto número de fãs com um novo romance que, tendo em conta a história, não os irá desapontar.

Sinopse
Com apenas dezassete anos, Verónica Miller - ou «Ronnie», como é carinhosamente chamada - vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as suas tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será na tranquilidade que envolve o correr dos dias em Wrightsville Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will, e vai afrouxando, uma a uma, todas as suas defesas, deixando-se tomar por uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para ferir… e curar.


E, mantendo a consistência que o caracteriza e que o leva a escrever livros que possam, facilmente, ser adaptados ao cinema, consta que já está em andamento uma versão cinematográfica deste livro, a estrear em 2010, que terá, no papel principal, Miley Cyrus, a famosa Hannah Montana.





sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Papisa Joana




A Papisa Joana
Donna Woolfolk Cross
Editorial Presença
EAN 9789722326414
ISBN 972-23-2641-4




Li este livro à cerca de 3 ou 5 anos e adorei. Gosto muito de romances históricos, quando são bem escritos e, como uma amiga já mo referiu, tenho uma predilecção por histórias onde as mulheres sejam retratadas como os seres fortes e determinados que eu sei que são. Acho (e quem se debruçar pela história não o poderá negar) que o papel da mulher na sociedade ao longo dos tempos é uma história rica, cheia de contrastes e de obstáculos transpostos com esforço e trabalho colectivo, e, também de hipocrisia, a hipocrisia da sociedade cega às suas características e forças. Esta é a história de uma dessas mulheres. Uma mulher cuja tenacidade, inteligência e estudo a levou ao vaticano e que pagou com a vida e com o esquecimento, propositado, do seu nome pelas gerações futuras. De tal forma que, para as gerações actuais, a Papisa Joana mais não é que um mito, uma lenda, uma história da carochinha.

Sinopse:
Na galeria das mais extraordinárias e controversas figuras do Ocidente, a Papisa Joana assume contornos brumosos, enigmáticos e fascinantes. Muitos negaram, ao longo dos séculos, a sua existência, mas é ainda considerável a quantidade de documentos que referem a sua passagem pelo trono papal. Personagem histórica ou lendária, Joana protagoniza a notável ascenção de uma mulher brilhante que não aceita as limitações da sua época, profundamente misógina, lhe impõe e, armada de uma inteligência esclarecida e de uma força de carácter inquebrantável, conquista o mais elevado poder religioso.

Filha de um cónego que sonhava que o seu filho seria capaz de levar o nome da família longe na carreira religiosa, Joana coloca-se entre os planos do pai pois é óbvio, para quem conviva com os dois irmão, que é a rapariga e não o rapaz quem possui a inteligência, a vocação e as capacidades de se vir a tornar alguém. Mas, nascida em 814, Joana tinha já o destino traçado desde a barriga da mãe (como todas as outras raparigas); cresceria a ser obediente - primeiro ao pai e depois ao marido, aprenderia a cuidar da casa e dos filhos e tornar-se-ia um pilar da família e da aldeia em que habitasse, um exemplo do papel feminino subjugado e oprimido. Tendo tido, algum tipo de, educação vê-se, subitamente confrontada, aos 15 anos, com a imposição de um casamento. No seu desespero não encontra outra solução, de forma a continuar a prosseguir os estudos, senão tentar por todos os meios ao seu alcance (mesmo que mundando de género) continuar a cultivar a mente em prol da vida puramente física e sexual de todas as mulheres que conhece. E assim nasce João Anglicus. A história viria a dar razão à sua escolha quando, anos mais tarde, a foi encontrar sentada no trono papal. Mas a sociedade, governada pelos homens, não lhe perdoara que tivesse provado de forma tão eficaz que estariam todos cegos às verdadeiras potencialidades do "sexo fraco" tendo, para mais, conspurcado a divina instituição religiosa (que, como todos sabemos, já tinha a mulher em péssima consideração) e, para a calar e a outras como ela, Joana pagou com a vida e com o esquecimento.

Nota 4

Porque os olhos também comem!

Como já demonstrei pelos meus posts neste blog, aprecio bastante, literariamente falando, os clássicos (Ingleses e Portugueses) e compro-os frequentemente em português (recorrendo, para isso, frequentemente aos preços amigos e convidativos dos alfarrabistas) mas, lendo com a mesma facilidade o idioma de Sakespeare e Byron por vezes escolho as baratinhas versões pocket dos britânicos (e americanos) para aumentar a minha biblioteca.


Desta vez, porém, a compra foi por gulodice. Como quando vamos ao restaurante e, apesar de cheios, a mousse de manga ou a tarte de natas nos acenam do balcão dos frios. Foi o mesmo! Juro!!!


Eis que encontro, a olhar para mim sorrateiramente e a acenar, duas irmãs minhas conhecidas. A Charlotte e a Emily Brontë. Os livros, em versão portuguesa, já à muito habitavam as prateleiras sobrelotadas da minha humilde biblioteca. Mas, mesmo assim, estes dois volumes teimavam em vir conhecer os seus homólogos portugueses ("A Paixão de Jane Eyre" e o "Monte dos vendavais"). A verdade é que não resisti à edição, quase uma réplica de livros do século XVIII, de tamanho pequeno (têm um palmo) como era costume nos livros que as senhoras liam por se tornar mais fácil ocultá-los entre as saias na eventualidade de alguma visita inesperada (sim, uma mulher pensante, estudiosa e comconsciência própria não era considerada atractiva). A capa parece de tecido, o que a torna super agradável ao toque e tem, até, o pormenor da pequena fita acetinada para se marcar o local em que se ficou na última leitura. A editora é a Gramercy Books de New York. E a melhor parte... Cada volume foi apenas 3,50€.






Jane Eyre
Charlotte Brontë
ISBN-10: 0-517-22775-4
ISBN-13: 978-0-517-22775-6



Wuthering Heights
Emily Brontë
ISBN-10: 0-517-22782-7
ISBN-13: 978-0-517-22782-4

Em busca dos 15 minutos de fama




Duras Verdades
David Lodge
Edições Asa
EAN 9789724131283
ISBN 972-41-3128-9



Estava eu numa sessão de zapping numa destas noites em que a programação televisiva parece estar contra a minha vontade pessoal de vegetar em frente ao televisor quando encontrei, num canal com o enigmático nome E! (descobri que significa Entertainment!) aquele que será, porventura, o programa mais nauseante e descabido que até agora encontrei. O seu nome "Streets of Hollywood" O conteúdo... bem... Na verdade é uma sequência infidável de flashes de luz enquanto acompanhamos um grupo de papparazzi na sua nobre missão de descobrir coisas tão importantes para a humanidade como onde a Britney Spears vai à noite comer gelado, se a Lindsay Lohan se lembrou de vestir as cuecas desta vez ou qual o nome do namorado daquela hora da Paris Hilton. Para mim, que preso a minha individualidade e privacidade esta realidade nada mais é que a soma de todos os meus medos e terrores. Para as meninas perseguidas é... o êxtase. É para isto que vivem. Não digo trabalham porque, na grande maioria, o seu trabalho é servir de guia a este magote de fotógrafos. Ora, ao fim de 2 minutos (mais ou menos o tempo que o meu cérebro aguentou esta nova forma de tortura), e depois de mudar o canal, dei comigo a pensar neste livro. Já o li à algum tempo mas, com a sede cada vez maior que as pessoas parecem ter da celebridade (fácil e sem esforço, trabalho ou talento), este parece ser cada vez mais actual.

Como diz a sinopse da obra:

"Adrian Ludlow, escritor reputado e autor de um livro que fez grande sucesso, procura agora a obscuridade, vivendo numa pequena casa por detrás do aeroporto de Gatwick. Quando Sam Sharp, seu amigo dos tempos da faculdade e agora um famoso guionista, lhe dá conta de como fora maltratado num jornal de Domingo por Fanny Tarrant - uma entrevistadora da nova geração de jornalistas implacáveis - decidem juntos urdir uma vingança. Numa época marcada por escândalos e tragédias, em que os media se afirmam , mais do que nunca, como uma arma poderosa, David Lodge aborda com inteligência, profundidade e humor a "cultura das celebridades" e o consequente conflito entre a escrita - actividade solitária - e as exigências mediáticas."

No livro vemos Adrian a sucumbir várias vezes. Primeiro ao aceitar a sua auto-imposta isolação do mundo mediático para ir em auxílio de Sam. Sucumbe, de seguida, aos jogos de bajulação e elogios com que Fanny começa por o abordar. De novo sucumbe, aos diferentes sentimentos que a jornalista lhe impões, ao jogar com as suas fraquezas e inseguranças. No fim aprende uma grande lição... Que há sempre alguém melhor que nós para a primeira página de um jornal... Ainda que pelos piores motivos.

Recomendo vivamente este livro, não por o considerar de excepcional valor literário, mas sim pelo seu inestimável valor enquanto retrato de uma sociedade actual e vendida aos 15 minutos de fama.

Nota 4

sábado, 10 de outubro de 2009

A Vida na Porta do Frigorífico





"A Vida na Porta do Frigorífico"
Alice Kuipers
Editorial Presença
ISBN 9789722342469




A Presença lança agora o livro "A Vida na Porta do Frigorífico" de Alice Kuipers. O livro relata a relação, algo difícil, entre mãe e filha que, separadas pelas características das respectivas gerações, comunicam, principalmente por post-its deixados na porta do frigorífico. E é assim, graças aos pequenos pedaços de papel colorido, que as duas gerações se vão aproximando... Principalmente quando um recado em particular vem ameaçar a calmaria aparente dos dias das duas mulheres.

Pessoalmente não sou consumidora deste género de literatura light... E se, ainda assim, acho que a ideia por trás do livro é atraente e que, trabalhada com talento, poderia tornar este livro numa obra com potencial, a verdade é que o produto final ficou, na minha opinião, muito aquém das suas potencialidades. As páginas são quase um deserto de branco em que, muitas vezes, apenas uma pequena frase mancha de negro. Sendo que cada página representa um post-it muitas vezes temos páginas com um conteúdo tão vasto como "Mãe, não te esqueças da minha mesada. Claire". Ponto final. Página seguinte.

Uma boa ideia. Um livro pobre.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Quase a chegar...




"Caim"
José Saramago
Editorial Caminho
ISBN 9789722120760




Esta entrada é dedicada a todos os que, como o meu pai, se deliciam com a escrita do nosso Prémio Nobel da Literatura.

Um ano depois do seu último romance, "A Viagem do Elefante", e seguindo a publicação do conjunto de entradas do seu blog "O Caderno", eis que Saramago volta às livrarias nacionais com "Caim", um livro que o autor já mencionara na sua última entrada do citado blog, a 31 de Agosto do corrente ano:

"Diz o refrão que não há bem que sempre dure nem mal que ature, o que vem assentar como uma luva no trabalho de escrita que acaba aqui e em quem o fez. (...) Adeus, portanto. Até outro dia? Sinceramente, não creio. Comecei outro livro e quero dedicar-lhe todo o meu tempo. Já se verá porquê, se tudo correr bem. Entretanto, terão aí o “Caim”."

Sobre o livro, que chega às lojas a 19 de Outubro, diz o "Público" de 27 de Agosto que ""Caim" é o novo romance de José Saramago, e Deus é uma das personagens principais " para, logo de seguida, e parafraseando a mulher do autor, Pilar del Río , acrescentar que trata sobre "a divindade e o conjunto de normas e preceitos que os homens estabelecem em torno a essa figura para exigir a si mesmos - ou talvez seria melhor dizer para exigir a outros - uma fé inquebrantável e absoluta, em que tudo se justifica, desde negar-se a si mesmo até à extenuação, ou morrer oferecido em sacrifício, ou matar em nome de Deus".

Parece-me, pela descrição, que o novo livro não irá, em nada, defraudar as expectativas daqueles que, ao longo dos anos, se deleitaram com a escrita única de José Saramago!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pigmalião




Pigmalião
Bernard Shaw
Europa-América



O primeiro contacto que tive com esta história deu-se numa noite nos anos 90 em que, como era meu hábito, liguei a televisão na rtp2 para ver o programa "O filme da minha vida" onde, semanalmente, uma figura pública ia partilhar o filme que mais o/a marcara. A convidada dessa noite era a jornalista Maria Elisa, o filme... "My fair lady". Adorei o filme... Passei dias a cantar "Just you wait, 'Enry 'Iggins, just you wait... You'll be sorry but your sorry will be too late..."

A história, baseada no mito grego de Pigmaleão, relatava a história de um homem que, tendo decidido levar uma vida de celibatário, por não concordar com o papel que as mulheres representavam na sociedade e, mais particularmente, nas relações, acaba por se apaixonar, no mito, por uma estátua por si feita e que representava o ideal da perfeição feminina. No filme a estátua fora substituída pela beleza perfeita de Audrey Hepburn, no papel de uma pobre e pouco culta vendedora de violetas.

Em termos literários, a história da vendedora Eliza Doolittle, do professor de fonética Henry Higgins e do seu amigo (e opositor na aposta de transformar Eliza numa dama - pelo menos linguisticamente) Coronel Pickering, começou com a peça de teatro de George Bernard Shaw "Pigmalião", de 1913.

Esta edição, da Europa-América, é bilingue e, na versão inglesa, tem ainda as ilustrações de Feliks Topolski.

Recomendo a quem gostou do filme ou àqueles que, não tendo paciência para musicais, não querem, ainda assim, passar ao largo de uma boa história.
Nota 4